As Tendências do Aprendizado Corporativo com o advento da IA
- Michel Soeltl

- 19 de set. de 2024
- 5 min de leitura
Atualizado: 16 de out. de 2024
Atualmente, segundo dados levantados e apresentados na Conferência da ATD em Maio de 2024, temos cerca de 12.421 assistentes de IA generativos, atuando nos mais variados segmentos e com diversas aplicações (textos, imagens, vídeos, locução, tradução, etc.)
Neste artigo procuraremos apresentar:
1) Algumas Tendências que a IA traz ao Aprendizado Corporativo;
2) As fases de uso da IA;
3) IA como viabilizador do aumento da produtividade.
1. Algumas Tendências que a IA traz ao Aprendizado Corporativo
A Inteligência Artificial não é nova. Desde a década de 80 (talvez um pouco antes), cientistas de todo o mundo procuraram desenvolver modelos matemáticos que, processados em super computadores, poderiam analisar um grande volume de dados e oferecer predições de tendências para diversos cenários.
As revoluções tecnológicas estão cada vez mais velozes e com um nível de impacto na sociedade maior em menos tempo.
Segundo o modelo das Ondas de Inovação do economista Joseph Schumpeler, tivemos:
1o Onda - Ocorreu entre 1785 e 1845, consolidando-se em 60 anos, com a utilização de máquinas a vapor para a produção têxtil;
2o Onda - Ocorreu entre 1845 e 1900, consolidando-se em 55 anos, com o uso de aço na produção fabril e introdução da malha ferroviária em diversos países;
3o Onda - Ocorreu entre 1900 e 1950, consolidando-se em 50 anos, com o advento da eletricidade e os avanços no campo da química e farmácia;
4o Onda - Ocorreu entre 1950 e 1990, consolidando-se em 40 anos, com o surgimento dos eletrônicos e desenvolvimento das tecnologias de aviação;
5o Onda - Ocorreu entre 1990 e 2020, consolidando-se em 30 anos, com o desenvolvimento das redes de internet, avanços significativos em hardware e software;
6o Onda - A partir de 2020, que deve atingir seu ápice em 2045, consolidando-se em 25 anos, com a Inteligência Artificial, Robôs, Drones, Veículos Autônomos, etc.
1.1. Do IA Analítico ao IA Generativo
Nas últimas 2 décadas passamos do IA Analítico, que analisava, encontrava padrões e predizia comportamentos, como a ferramenta de pesquisa do Google e os Feeds do Facebook, para a IA Generativa, que surgiu nos últimos 2 anos, com o tratamento e oferta de dados mais "inteligentes" liderados pela novidade do ChatGPT. Esta tecnologia em pouco mais de 18 meses passou a ser utilizada por milhões de pessoas.
A IA Generativa foi desenhada para aprender a desempenhar qualquer tarefa intelectual que um ser humano pode realizar.
1.2. Tendências e Oportunidades
Neste contexto, abaixo procuramos apresentar como os assistentes de IA impactarão na análise dos Desafios de Capacitação e na Produção de Conteúdos das Organizações.
Se analisarmos o Modelo ADDIE, muito conhecido para o desenvolvimento de soluções educacionais, temos:
ANALYSIS: Analisar a situação e entender os desafios e gaps de conhecimento que necessitamos preencher;
DESIGN: Baseado na análise, decidir qual a melhor proposta de curso, baseado no público alvo e suas características, que trará a melhor experiência de aprendizado;
DEVELOPMENT: Desenvolvimento do conceito ao produto que será entregue;
IMPLEMENTATION: Distribuição do curso para o público alvo;
EVALUATION: Avaliar se o curso foi eficaz e trabalhar na melhoria contínua para a próxima versão.
Temos a seguintes tendências de utilização que já começam a ser praticadas em diversos segmentos:
ANALYSIS: Introduzir assistentes de IA para automatizar a coleta e análise de dados e identificar os problemas mais latentes de maneira rápida e com qualidade, substituindo o tempo despendido por seres humanos para consolidar, ler, interpretar, refletir e decodificar os dados para identificar os desafios e mapear os gaps de conhecimento;
DESIGN: Os Assistentes de IA podem sugerir conteúdos mais assertivos aos problemas identificados e recomendar estratégias mais eficientes para o público alvo em questão;
DEVELOPMENT: Com diversas ferramentas de autoria do mercado apresentando novidades, já é possível utilizar alguns mecanismos de IA dentro destes programas, para reduzir o tempo de desenvolvimento. Exemplo: Criar quizzes automáticos, sem ter que investir muito tempo para elaborar casos e cenários para medir o nível de retenção do conhecimento do aluno;
IMPLEMENTATION: A entrega dos cursos através de Plataformas Inteligentes podem auxiliar e otimizar sua distribuição, ao realizar recomendações automáticas aos públicos alvo e aos colaboradores interessados e/ou necessitados;
EVALUATION: As avaliações de resultado através da coleta em Power BI, podem ser avaliados pelos assistentes de IA e em cima do modelo utilizado para desenvolver o curso, oferecer sugestões de melhoria em uma nova versão do curso.
2) As fases de uso da IA
Neste processo, não podemos esquecer que há um grande esforço dos seres humanos para realizar a curadoria e validar os resultados dos assistentes de IAs no momento em que estamos.
O fundador e CEO da UMU, apresentou na ATD de 2024 que esperamos ter 3 fases no uso da IA:

A primeira fase é a que estamos hoje, com o ser humano liderando as atividades e tendo o IA como co-piloto.
A segunda fase será caracterizada com uma maior autonomia dos assistentes e então o ser humano passará a ser o co-piloto, auxiliando o IA.
Por fim, na terceira fase teremos os assistentes totalmente autônomos e validados. Porém esta realidade está muito longe de se concretizar e não há uma previsão realista quando ocorrerá.
3) IA como viabilizador do aumento da produtividade
Da elaboração do escopo ideal para resolver um problema, à criação do conteúdo e entrega do curso, podemos utilizar assistentes de IA para enriquecer os resultados do aprendizado e a eficiência organizacional com o aumento de produtividade.
Diversos estudos apresentados na ATD como no SHRM demonstraram que o auxílio de IA nas tarefa do dia a dia aumentam a produtividade. Destaco uma pesquisa realizada pela Boston Consulting Group que avaliou dois grupos de recém contratados, onde um time usou assistentes de IA e outro não. O grupo que teve a ajuda da IA apresentou resultados melhores na ordem de 17%.
Mas para tanto os profissionais de nossas empresas devem ter a capacidade de usar o IA e com isso destacamos algumas necessidades de conhecimento:
Hard-Skills: Fundamentos de IA, Engenharia de Prompt (saber se comunicar com o assistente), e ter conhecimento na atividade que estará sendo realizada pela IA para fazer a validação dos resultados;
Soft-Skills: Aberto totalmente ao novo (mais do que adaptabilidade, flexibilidade), presume-se que estamos realmente sem "pré-conceitos" a todas as novidades e procuramos explorá-las no dia a dia, encontrando pontos de convergência positivos para os novos contextos que vão se apresentando a nós.
4) Conclusão
Inúmeras são as oportunidades e vantagens de se usar assistentes de IA, porém como escrevi em um post anterior, as análises e processamentos rápidos, sistemáticos e "inteligentes" devem nos ajudar a refletir através de suas recomendações, mas nunca tomar decisões independentes se desejarmos manter a civilidade e humanidade nas organizações e na sociedade.
Espero que tenham gostado. Até o próximo artigo.
Abraços Digitais.




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